quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo


Desejando um 2011 fantástico, deixo aqui meu abraço e um poema: Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond de Andrade.


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Queimar as naus

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Dentre os resumos que já postei (e que ainda postarei aqui), esse* é um dos meus favoritos. Isso porque o tema serve para todos nós, sempre que precisamos tomar uma decisão importante. Se você, como eu, tem dificuldades nessas horas, recomendo a leitura...


Agátocles, conhecido como o Tirano de Siracusa, numa expedição marítima para conquistar Cartago, ao desembarcar, mandou queimar todos os seus próprios navios, no porto. As tropas, então, avançaram e conquistaram o território.

Por que isso? Por que queimar as naus?

Para não ter volta. Para eliminar totalmente a possibilidade de desistir e recuar.

Os vikings também faziam isso. Quando chegavam no lugar onde decidiam ficar, queimavam seus navios. Há outros exemplos semelhantes na história, com o mesmo propósito: impedir qualquer pensamento de recuo. Na conquista de Cartago, esse foi o fator decisivo. Foi o que fez os soldados terem garra para vencer, uma vez que sabiam que não haveria volta.

Esse exemplo histórico nos leva à seguinte pergunta: quando você, que está lendo, toma uma decisão importante, sendo ela de ordem pessoal ou profissional, você queima o barco e segue em frente ou deixa esse mesmo barco esperando na praia, para o caso de alguma coisa errada acontecer, garantindo a sua segurança?

Quando deixamos o barco na praia, esperando a gente voltar, temos a tentação e a chance de desistir. Não lutamos para valer, porque temos certeza de que, ao menor sinal de risco, podemos largar tudo e fugir de volta para nossa zona de conforto.

Quantas vezes começamos um projeto e, no meio do caminho, paramos e voltamos. Quantas vezes não nos comprometemos totalmente e ficamos pensando na possibilidade de voltar – ou até de não ter ido, de não ter nem começado.

É o caso de casais que começam um relacionamento já pensando em uma separação. Não consideram a decisão como algo definitivo. Não queimam as naus da vida de solteiro. O barco está sempre na praia, esperando. Quando mal acontece a primeira discussão, cada um corre para o seu barco.

É também o caso de estudantes que começam uma faculdade ou um curso e desistem logo em seguida, alegando não terem gostado, sendo que mal começaram as aulas. Ou o caso de líderes que não continuam seus projetos, por medo de algum fracasso.

Ao tomar uma decisão, é necessário queimar as naus e seguir em frente. Caso contrário, como diz um ditado, você ficará com um pé no cais e o outro pé na balsa. Não se entregará de verdade.

Claro que não devemos confundir perseverança com teimosia – dar murros em ponta de faca, insistindo em coisas que não funcionam. Nesse caso, temos que recomeçar, refazer nossos planos.

Mas se a vitória é possível, mesmo que incerta, temos que insistir. Você só terá certeza de que tomou a decisão certa depois de vencer os seus medos e enfrentar o desafio de frente.

Lembre-se: deixando o barco na praia, você sempre vai considerar a opção de não se arriscar. Mas quando não há barco algum esperando, o que você vai fazer? Terá que avançar, caminhar, seguir em frente, até vencer.

“Assim, para vencer é preciso ter a coragem de queimar as naus” (Luiz Marins).

Leonardo Donato

* Resumo do programa de TV Motivação & Sucesso com o prof. Marins, exibido no dia 16/11/03.
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O maior atributo


Este é um resumo de uma parte do vídeo Motivando para Vencer*, que assisti no curso técnico e também na faculdade. Esse trecho trata sobre o maior atributo do ser humano – e o melhor momento para colocá-lo em prática. Acompanhe...


Consideramos a inteligência a principal característica do ser humano. Na realidade, ela “é um farol que ilumina o caminho, mas não faz caminhar”. Por si só, a inteligência não resolve um problema. O maior atributo é, esse sim, a liberdade – ou , mais precisamente, a vontade de fazer as coisas.

Mas somos fracos quando o assunto é vontade. Veja a leitura, por exemplo: ao pegar um livro, uma das primeiras coisas que fazemos é olhar na última página para saber quantas páginas a publicação tem. Depois, verificamos o tamanho da letra (já que uma letra graúda anima a leitura).

Então você resolve ler o livro, no lugar mais tranquilo da sua casa: a sua cama. Você deita de bruços sobre o livro e, dez minutos depois, já não aguenta mais o peso do corpo. Senta-se. Mais dez minutos e os braços entregam os pontos. Com tanto desconforto, nem prestamos atenção no que foi lido nas últimas dez páginas.

Perceba que é preciso querer. É preciso fazer as coisas com vontade, com o sentimento de fazer. A gente tem que acordar a pessoa desistente, cansada e acomodada que vive dentro de nós. Einstein dizia que a vida é constituída de 99% de transpiração e 1% de inspiração. Assim, a inteligência só tem valor quando é aplicada. E somos livres para decidir o momento em que essa inteligência será aplicada.

Mas quando somos realmente livres? Vejamos:

Passado – preste atenção: o que você fez, pensou ou falou, seja a um minuto ou a vinte anos atrás, não te pertence mais. Você não tem domínio sobre o seu passado. Tendo tomado um café que lhe provocou uma dor de barriga, você pode tomar um sal de frutas, mas não pode recusar o café que já tomou. Segundo filósofos franceses, nós passamos até 70% do nosso tempo vivendo o passado – muitas vezes lembrando de coisas que não fizemos e deixando o arrependimento tomar conta.

Futuro – assim como tudo o que é passado, aquilo que ainda vai acontecer também não nos pertence. Como você pode viajar para Salvador hoje, se o voo é amanhã? Mesmo assim, passamos 25% do nosso tempo vivendo o futuro. Ansiedade, medo do futuro e devaneios são alguns dos sintomas desse vício. É importante entender que não existimos a um minuto atrás ou um minuto à frente.

Presente – você existe aqui e agora. É no presente que as coisas acontecem. Porém, só ocupamos 5% do nosso tempo vivendo o momento presente. Vivemos deixando o presente passar.

Se observamos o pêndulo de um relógio de parede (daqueles antigos), temos a impressão de que ele vai e volta. Na realidade, ele só vai: com os movimentos de rotação e de translação da Terra, o pêndulo sempre ocupa um novo espaço no universo.

Esse conceito parece muito filosófico, mas ilustra bem um fato que todo mundo esquece: cada segundo é um momento absolutamente único – e que não deve ser desperdiçado. Lembre-se: a vida se resume ao agora. Por isso, ninguém tem o direito de ser metido ou de querer se economizar.

Lembrando os conceitos até aqui, temos a seguinte conclusão:

“Viver é dirigir a inteligência e a vontade no momento presente” (Luiz Marins).

Claro que isso não deve significar ativismo – ou seja, pensar somente no presente. Você pode e deve planejar o futuro. Mas deve fazer com o sentimento de fazer, concentrando-se no que você está fazendo e colocando suas idéias em prática.

Leonardo Donato

* Motivando para Vencer (prof. Luiz Almeida Marins Filho - PhD.)
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Chegou a hora...


Passados quatro anos, que pareciam tão longos no início, mas que passaram tão rápido, quando olho para trás, chegou o momento da formatura. Momento de alegria, de muitas lembranças e de agradecer a todos que, de algum modo, contribuíram nessa caminhada. Um ciclo que se fecha e um novo que se abre. Peço licença para postar algo diferente. Não é um resumo, nem uma dissertação. É o texto de abertura da minha colação de grau – uma poesia traduzida de Douglas Malloch (1877-1938), poeta e escritor americano. Sem dúvida, um texto inspirador. Confira...


Se você não puder ser um pinheiro no topo da colina,
Seja um arbusto no vale – mas seja
o melhor arbusto à margem do regato.
Seja um ramo, se não puder ser uma árvore.

Se não puder ser um ramo, seja um pouco de relva
E dê alegria a algum caminho;
Se não puder ser o grande Lúcio, seja apenas uma pesca,
Mas a pesca mais viva do lago!

Não podemos ser todos capitães, temos que ter tripulação.
Há alguma coisa para todos nós aqui.
Há grandes obras, e outras menores, a realizar.
E é a tarefa próxima que devemos empreender.

Se você não puder ser uma estrada, seja apenas uma senda
Se não puder ser o sol, seja uma estrela;
Não é pelo tamanho que terá êxito ou fracasso –
MAS SEJA O MELHOR DO QUE QUER QUE VOCÊ SEJA!!!
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As 8 horas que fazem a diferença


Depois de terminado um longo período de ansiedade e estresse, concluindo a graduação e o projeto que atende pela sigla TCC (e depois de muitos copos de café), estou de volta (ufa...). E volto com o resumo* de um tema muito legal, que tem a ver com qualquer pessoa que deseja fazer a diferença na vida pessoal e profissional... Boa leitura!


Você trabalha oito horas? Tudo bem. Você dorme oito horas? É preciso dormir bem. Mas, e as oito horas restantes? O que você tem feito delas?

O dia tem 24 horas para todas as pessoas. Ninguém tem um minuto a mais. Se dividirmos essas 24 horas em três blocos de 8 horas, teremos, teoricamente, 8 horas de descanso, 8 horas de trabalho e 8 horas... de quê, mesmo?

São nessas 8 horas, não necessariamente definidas, que somos desafiados a fazer a diferença. É nesse tempo que você pode se aperfeiçoar e crescer, não só como profissional, mas como pessoa. Como isso depende da nossa vontade (e nossa vontade é bastante fraca), geralmente desperdiçamos esse tempo. E, só para variar, procuramos o que é mais cômodo, mais confortável:

Fazer um curso noturno? Mas e a novela?
Ler um livro no trajeto casa-trabalho ou antes de dormir? Ah, não... Ler é muito chato...
Ir ao cinema ou ao teatro? Não... Nesse frio?
Fazer uma atividade física? Nem pensar... Depois de um dia de trabalho, é banho e cama!

Esse tempo desperdiçado não volta nunca mais. E as consequências são bastante sérias:

Como ser promovido (ou promovida) no emprego, se você não aprende coisas novas?
Como melhorar a sua saúde se você não se exercita nem de vez em quando?
Como manter a família unida, se você prefere o happy hour no bar depois do expediente, em vez de voltar para casa?

Perceba que é preciso querer. É preciso ter uma disciplina muito forte, uma decisão muito firme para mudar o comportamento. Isso não é nada fácil, porque tudo o que fazemos se torna hábito. Para quebrar um hábito, é necessário desenvolver outro – e isso leva tempo e exige dedicação.

Para ajudar nessa tarefa, na qual todos nós temos dificuldade, pense no seguinte: o que é transitório e o que é permanente?

A novela ou o conhecimento que você adquire em um novo curso?
O noticiário da TV ou o que você aprende (ou reaprende) lendo um livro?
O bar ou o tempo que você passa em casa, com seus filhos e esposa (ou marido)?

Não há nada mais permanente do que aquilo que você aprende e as relações que constrói dentro da família. Lembre-se que nenhum plano econômico do governo pode tirar o seu conhecimento. Nenhuma medida provisória pode roubar o carinho que você pode ter dentro de casa.

Pergunte-se: o que tenho feito das oito horas além do sono e do trabalho? Tenho criado a diferença necessária para vencer nesse mundo competitivo? Faço algum planejamento para a ocupação inteligente desse tempo livre? Invisto nessas 8 horas para o meu desenvolvimento pessoal e profissional?

“Um minuto mal gasto é um minuto que jamais será recuperado” (Luiz Marins). Esse tempo não volta.
Pense nisso.

Leonardo Donato

* Resumo do programa de TV Motivação & Sucesso com o prof. Marins, exibido no dia 27/10/02.
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um quarto de século...

Graças ao "Trabalho Complicado pra Caramba", mais conhecido como TCC (da graduação), quase não pude postar alguma coisa sobre essa data: 23 de maio de 2010.

25 anos... Um quarto de século...

Algumas histórias pra contar; muitas outras a escrever.

Algumas realizações; muitos sonhos para o futuro.

Muito já aprendido; muito ainda a aprender (muito mesmo).
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Pouco tempo para escrever, mas muito a agradecer:

A Deus, pelos dons e pelas bençãos que recebo todos os dias e pela paciência, por eu ser tão distraído, não percebendo tudo o que Ele faz;

A Nossa Senhora, pela proteção e também pela paciência, por me ouvir todas as noites;

Aos meus pais, pela dedicação e pelo carinho que eu não teria encontrado em nenhum outro lugar;

Aos meus irmãos, pelos momentos fantásticos que já tivemos e pelos que ainda estão por vir;

A toda a minha família, pela formação única;

Aos meus amigos, pela impagável amizade sincera;

Aos professores que encontrei dentro e fora da sala de aula, pelo aprendizado.

Muito, muito obrigado!
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domingo, 7 de março de 2010

Náufragos do mar de informações


Você com certeza já sentiu isso: uma enorme sensação de angústia, ao se ver cercado por informações por todos os lados, sem saber o que é relevante. Uma pressão gigantesca para ser “antenado em tudo” (acompanhando o que se passa em jornais, revistas, TV e internet), sem ter muita noção da utilidade disso tudo. O resumo* que segue trata sobre isso...


Em um mundo em que dados e notícias chegam até você em um piscar de olhos, você não pode se esquecer de fazer a pergunta: afinal, eu preciso mesmo dessa informação toda?

Sugestão: sente-se, pegue uma folha de papel, uma caneta ou um lápis e anote que tipo de informação é realmente relevante pra você – como pessoa, como profissional, como dono de empresa e para a sua empresa.

Feita a lista, coloque na frente de cada item as fontes onde você pode obter esses dados. Assim, você pode saber que tipo de revista ou jornal você (ou a sua empresa) precisa assinar – ou quais sites ou livros têm o que você necessita.

Cuidado: o excesso de informações é uma onda que nos afoga. É preciso ter disciplina. É preciso focar, definir aquilo que você quer obter. Este é o desafio do tempo moderno.

Se você é um estudante universitário, por exemplo, não se engane: é claro que você deve ler – estudar os assuntos relevantes para a sua área. Mas você deve ler um livro de cada vez – sem pressão, sem ansiedade. É dessa forma (um livro após o outro) que você constrói o seu conhecimento. Cuidado para não ficar paralisado, sem saber por onde começar, achando que deve “devorar” uma biblioteca durante o curso superior. Os estudos não terminam depois da graduação, lembra?

Veja que, durante a noite, quando você está em casa, você pode ver a novela, ler um livro ou buscar informações na internet: a escolha é sua. E é a disciplina dessa escolha que fará a diferença. Lembre-se que as oito horas que fazem a diferença são aquelas em que você não está nem em repouso (dormindo), nem no trabalho.

Empresas também devem ficar atentas a esse excesso de dados. Às vezes, é possível resolver problemas verbalmente – sem a necessidade de relatórios, requisições ou e-mails. Perde-se muito tempo com isso (são mais documentos para analisar). A comunicação dentro da empresa deve ser mais racional e prática.

Daqui pra frente esse mar de informações só vai crescer. É importante analisar cada coisa – perder a ansiedade com a informação. Você deve colher somente aquilo que é relevante pra você – que te leve, pessoal e profissionalmente, ao desenvolvimento.

Leonardo Donato

* Resumo do programa de TV Motivação & Sucesso com o prof. Marins, exibido em 2003.
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domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Mãããããããe! A escola tá chamando..."

Este é um resumo de alguns comentários que postei na comunidade Por um Brasil Inteligente (do Orkut), entre julho e agosto de 2007. Procurei dar meu ponto de vista sobre a participação dos pais na vida escolar dos filhos. Confira...


Quando se trata de educação, é impressionante a quantidade de desculpas para não tomar uma iniciativa sobre os problemas históricos – que todos estão cansados de ouvir. É um jogando a culpa no outro: os pais culpam a escola, a escola culpa o governo – e o governo afirma que a educação nunca foi tão boa quanto hoje...

Pois durmam com essa: OS CULPADOS SÃO TODOS OS QUE DEIXAM O PROBLEMA PASSAR EM BRANCO. Isso inclui você, que está lendo, eu mesmo e qualquer pessoa que tem consciência da situação – professores, pedagogos, diretores, entre outros.

Se os problemas existem, não tem jeito: ou resolvemos ou vivemos reclamando, caçando culpados. E nesse processo tão amplo, cada um deve fazer a sua parte. Não tem milagre.

Os pais devem ser parceiros da escola na formação dos filhos, certo? Então, por que a reunião de pais e mestres se resume a entregar as notas? Alguém já parou pra pensar sobre o quanto seria produtivo esse encontro entre pais e professores? Quantos debates sobre os problemas do dia-a-dia poderiam ser feitos? É isso que acontece? Não. Por isso, cada reunião – de uma sala de trinta alunos – não tem mais do que dez pais...

É exatamente por isso que a escola deve buscar a parceria com os pais. Note que detalhes essenciais são esquecidos. Não é responsabilidade dos professores ensinar questões básicas, como respeito e disciplina. Mas se as famílias não estão dando a devida atenção, cabe a escola tomar a iniciativa e alertar sobre isso – nas reuniões de pais e mestres.

Como nem todos os professores têm formação para debater esses assuntos, uma boa solução seria entregar para os pais, durante a reunião, um texto tratando sobre esses temas – respeito, disciplina, drogas, sexo, religião, etc. Depois, o texto seria lido em voz alta pelo professor – lembrando que muitos pais não sabem ler – e comentado em seguida.

Essa simples medida poderia não causar um milagre, mas manteria todos atentos sobre o papel de cada um. Os pais não comparecem às reuniões porque, em geral, não levam nenhum aprendizado pra casa. Com o passar do tempo, todos nós nos esquecemos do que é simples e fundamental. É preciso relembrar...

Ouvi dizer que, no Japão, se um aluno falta com alguma frequência na escola, o diretor liga pra polícia, que por sua vez vai bater na porta dos pais pra perguntar o que está acontecendo... Pode parecer utópico ver isso acontecer aqui, mas o fato é que os pais são os responsáveis por seus filhos. Se a escola avisa que tem reunião, não tem desculpa – tem que comparecer.

Lembro que, certa vez, tive que ir à reunião na escola do meu irmão mais novo, no lugar da minha mãe. E foi assim: a professora entregou as notas, disse que ele (meu irmão) estava indo bem e... só. Foi isso, a "reunião"...

Pergunta-se: depois dessa, se você fosse o pai ou a mãe, se esforçaria pra ir à próxima reunião? Faltaria no trabalho pra isso?

Reunião tem que ser debate. Tem que ter conversa. Tem que produzir ideias, sugestões pra melhorar o ensino. Os pais têm que perguntar, procurar saber o que pode ser feito em casa pra ajudar no processo de aprendizado.

A visão que se tem sobre as reuniões de pais e mestres precisa mudar. Do jeito que está é que não pode ficar...

Os pais que mandam os filhos pra escola e viram as costas – esperando que esta ensine tudo – estão enganados. Como também estão enganados os professores que esperam que os pais tenham ensinado seus filhos a como se portar em sala de aula.

A responsabilidade é de todos.

Leonardo Donato
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sábado, 20 de fevereiro de 2010

O cumprimento do dever

Nesse resumo do programa de TV Motivação & Sucesso com o prof. Marins (que foi ao ar no dia 22/06/2008), vamos lembrar a importância do cumprimento do dever – seja onde for.


O professor Luiz Marins, que apresenta o programa, contou que estava aplicando uma prova em uma universidade federal, onde leciona. Foi quando flagrou um aluno colando. Imediatamente, retirou sua prova e o mandou para fora da sala.

No dia seguinte, o pai do aluno veio reclamar, fazendo um verdadeiro escândalo. O professor, sem perder a calma, simplesmente respondeu: "Meu senhor, eu sinto muito que o cumprimento do meu dever o irrite tanto."
O pai ficou sem resposta.

Nesse programa, o prof. Marins comentou sobre o quanto situações como essa são frequentes.
Muitas vezes, pessoas buscam formas de burlar as leis, as regras, os procedimentos. E você, na posição de fazer essas normas serem cumpridas, tem que ouvir reclamações dessas pessoas – sendo agredido verbalmente ou até fisicamente.

São guardas de trânsito que são xingados por aplicar multas, supervisores de segurança do trabalho que recebem queixas por cobrar o uso dos EPI's e por aí vai...

É preciso, nessas horas, ter muita clareza do dever (segundo o professor). Existem regras a serem seguidas. E as pessoas que não querem seguir devem ser enquadradas e punidas adequadamente. Não pode existir passividade. É como diz o ditado latino: "Quem poupa os maus, ofende os bons."

Os pais também devem ser muito firmes nesse sentido, com os filhos em casa. O filho quer sair sem estudar, sabendo que tem prova no dia seguinte? Deixe claro que não pode.
O filho se irrita porque você não pode dar algo que ele quer? Responda: "Eu sinto muito que a minha condição financeira irrite você."

Muitos deixam de cumprir com seu dever por medo de represália. Marins lembra que aquele que se irrita, que é grosseiro ou malcriado não pode vencer. Seja cliente, seja filho, seja patrão, colega de trabalho, empresa para a qual você é cliente, enfim. Você tem que mostrar – de forma suave, mas firme – qual é a norma, qual é a regra.

Leonardo Donato
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Desenhe o seu mapa


Este é um resumo que fiz – assistindo ao programa de TV Motivação & Sucesso, apresentado pelo professor Luiz Almeida Marins Filho (Ph.D.), que foi ao ar no dia 17 de novembro de 2002. Nele, Marins falou sobre motivação e sobre como descobrir o nosso papel. Acompanhe...


“Motivação é uma porta que se abre por dentro.”

Isso significa que cada um deve descobrir a sua motivação. Para facilitar o entendimento, o professor deu como exemplo o uso de um mapa. Você não encontra um endereço em São Paulo procurando em um mapa do Rio de Janeiro.

Encontramos pessoas muito esforçadas, mas que estão usando o “mapa” errado para atingir seus objetivos. O fato é que não adianta fazer tanto esforço em um mapa que não leva você onde deseja ir. Mas não para por aí. O território muda rapidamente. O mapa de hoje já não é o mesmo de ontem. Por isso, um mapa antigo também não ajuda muito.

Nas palavras do professor, “motivação é buscar a mudança positiva constantemente, utilizando o mapa certo. E, como os mapas mudam, você deve ter a habilidade de ler esses mapas e encontrar os melhores caminhos para chegar onde pretende.”

“Motivação é dar os motivos.”

É dar as razões para fazer alguma coisa. Por isso, é fundamental conviver com pessoas que motivem – que lhe apresentem motivos. Que não fiquem dizendo: “Bobagem! Não olhe em mapa nenhum! Vai indo que você chega!” Você tem que decidir quem deve ir junto para ajudar a chegar mais rápido, sem tanta pressa, mas sem perder muito tempo.

“Para viver motivado, é preciso conhecer-se. Definir os seus objetivos.”

O objetivo de qualquer pessoa é ser feliz. Mas isso é muito genérico. Então, você deve analisar cada papel que você desempenha na sociedade (papel de pai, de mãe, de amigo, de funcionário, etc.), definindo o que você deseja – a sua ambição. O que você quer ser como pai? E como amigo? E como estudante?

Escreva. Não deixe só na cabeça. Escreva. Você quer ser visto como? Depois, faça uma análise. Como você é hoje, frente a isso? Você está muito distante do que você escreveu? Quais são os seus pontos fracos – o que distancia você desses objetivos? Quais são os seus pontos fortes – o que aproxima você dos seus objetivos? O que leva você em direção a esses objetivos?

Em seguida, para cada papel que você desempenha, defina o que você deve concretamente fazer para chegar até esses objetivos. Para ser o pai que você quer ser. Para ser a esposa que você quer ser. Escreva tudo isso. Se possível, crie prazos para esse seu aperfeiçoamento pessoal.

E aí, queira fazer com entusiasmo. Uma vez que você definiu o que quer, é hora de colocar em prática. E, se você escreveu, você encontrou os motivos. Encontrou o que deve exigir de si mesmo. Agora, é o entusiasmo que dará a força da motivação para esse desenvolvimento pessoal e profissional.

Claro que é muito mais fácil falar do que fazer, mas esse é um processo que exige a criação de novos hábitos. Como se costuma dizer, você não faz um bolo diferente usando a mesma receita. Se não está contente com o bolo, mude a receita! Faça um esforço! Vale a pena? Você sabe que vale... Boa sorte!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Abrir um livro: a obrigação, o prazer e o que cada um pode fazer


Esse é mais um comentário que fiz na comunidade do Orkut sobre educação, em 2007. Nele, argumentei sobre a importância da leitura. E você, o que acha? Como foi a sua formação para a leitura? Comente!


Quando o assunto é leitura, escolas e governos fazem vista grossa. Mas a verdade é que realmente não estamos formando leitores. E, ao contrário do que se possa imaginar, isso não acontece só aqui. Uma pesquisa feita na França revelou que 40% da população é formada por analfabetos funcionais – isto é, pessoas que aprenderam a ler na escola mas não leram quase nada desde então. As razões para esse número vão desde a exclusão social até o hábito de assistir TV por períodos de até cinco horas por dia.

Outra pesquisa, também na França, indica que o principal obstáculo para a leitura, segundo jovens entre 15 e 28 anos, é a grande quantidade de páginas das publicações (!). Indicou ainda que a pressão feita pelos pais estaria gerando um efeito inverso – de tanto pressionarem, aí é que eles não fazem o que foi sugerido.

No Brasil, o processo de formação de leitores, durante os primeiros anos do ensino fundamental, pode até ser considerado razoável. Algumas escolas públicas possuem bibliotecas – vejo meu irmão mais novo trazendo livros, escolhidos por ele para ler em casa, com certa frequência. Sei que, daqui a alguns anos, ele terá que ler livros a pedido dos professores.

O problema mesmo vem depois disso. É quando chega a hora em que deveríamos pegar o livro na estante POR VONTADE DE LER e não por imposição de alguém. Essa formação, que nos leva a descobrir o que gostamos de fato quando se trata de leitura, é o que está em falta.

A leitura por prazer, portanto, acaba não acontecendo porque simplesmente não foi aprendida. Como não existe um acompanhamento, crescemos com a ideia de que ler é algo chato. E criamos centenas de desculpas para não abrir um livro. Hoje, com a internet, nem mesmo as leituras exigidas por escolas e universidades são levadas a sério – basta procurar pelo resumo e pronto.

As consequências? Bem, peça para um jovem universitário escrever uma dissertação sobre qualquer tema. Além da cara feia que ele vai fazer ao receber o pedido, você vai encontrar um texto pobre, cheio de erros grosseiros de gramática e concordância – um aglomerado de ideias, sem pé nem cabeça.

Nas escolas, isso vai passando em branco. Escrever bem – e esse é outro problema grave – depende de prática e, sobretudo, muita leitura. É ela que vai ajudar o jovem a criar o seu próprio entendimento sobre o mundo. Pode-se afirmar, dessa forma, que muitos dos problemas enfrentados hoje no Brasil (drogas, violência, desemprego, falta de atitude, falta de consciência sobre as consequências dos atos, etc.) são frutos dessa mesma falta de entendimento sobre o mundo e sobre o papel de cada um dentro dele. Falta de leitura...

Soluções?

Pais: conversem com seus filhos. Procurem saber do que eles gostam. Existem livros sobre qualquer assunto – de música hard core até jogos de vídeo game. Compre, sempre que possível, um livro de presente. "Livro custa caro"? Vá até a biblioteca mais próxima. Aproveite e pegue alguns livros também. Dê exemplo.

Professores: façam o possível (e por que não o impossível?) para ensinar aos jovens o prazer da leitura. Crie gincanas, onde cada um possa escolher o livro que quiser (com um limite mínimo de páginas). Depois, reunindo a sala, conversem sobre o que foi lido. Peça para que escrevam sobre o que aprenderam. E sempre – sempre mesmo – procurem manter os pais atentos sobre esse tema. Lembrar que não se trata de impor. Trata-se de ensinar – de preferência, dando exemplo.

Pensar requer saber. Saber requer ler. Ler requer conhecer a si mesmo.
Todos nós estamos em formação. Estamos conhecendo o mundo e a nós mesmos, num processo que dura a vida toda. Nada melhor do que a leitura para guiar nossos passos...

Leonardo Donato
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domingo, 14 de fevereiro de 2010

A educação e o "plano do choro"


Para a estreia desse blog, vou postar um comentário que fiz em uma comunidade do Orkut sobre educação, em 2007. Nele, rebati as críticas feitas por uma professora, cansada da falta de interesse dos alunos. Em vermelho, estão as afirmações feitas por ela. Como você pode imaginar, para melhorar a educação, não existe milagre.


- “os alunos não se comprometem com as tarefas de casa”
- “mais e mais, temos alunos dispersivos, cansados, sonolentos e desmotivados”

O grande desafio de todos os profissionais da educação é conseguir transmitir o conhecimento nessa nova Era da informação, ou seja, em tempos de internet, TV, vídeo game, etc.

É importante entender que hoje, mais do que em qualquer outro momento da história, o aluno busca aquilo que tem relação direta com o seu dia-a-dia. Isso acontece porque a quantidade de informações disponíveis é tão grande que não há como assimilar tudo. E os jovens acabam sempre buscando o que está na moda, o que é mais popular - convenhamos, sempre foi assim, não é?

Além disso, vale lembrar que vivemos em uma sociedade imediatista, que quer seus desejos atendidos agora, já - sem esforço, sem espera. Hoje, o que mais se vê na televisão são pessoas que mudam de vida do dia para a noite, virando milionários sem sacrifício nenhum. Que exemplo é esse que estamos tendo?

A soma desse excesso de informações com a pressão por sucesso imediato (pressão essa que muitas vezes vem dos próprios pais, que colocam o filho para fazer cinco cursos durante a semana) acaba gerando uma confusão sem tamanho.

É fundamental manter o foco no que é essencial. Os pais devem ficar atentos - não basta deixar o filho na escola ou no curso de idiomas e virar as costas. Tem que acompanhar o desenvolvimento, verificar o nível de interesse. Se o jovem vai para os cursos “porque tem que ir”, vai estar perdendo tempo. Ele precisa saber claramente qual o motivo de estar lá - valorizar o investimento que os pais fazem nele - e ser cobrado da maneira correta.

Não se aprende inglês de uma hora para outra. Também não se alcança sucesso profissional e uma vida confortável dessa forma.

Tudo isso é óbvio, mas a gente se esquece. Vale a pena relembrar...

- “a grande maioria dos alunos não sabem redigir um texto simples; não conseguem escrever em outro idioma simplesmente porque não sabem elaborar uma história com princípio, meio e fim em sua própria língua”

Como já citei em meu comentário do dia 16 de julho, os jovens estão saindo das escolas semi-analfabetos.

O fato é que não se dá a devida atenção à escrita. Eu mesmo, no último ano do ensino médio, se tive cinco redações durante o ano, foi muito. E sabe quando tive uma redação minha corrigida na minha frente, mostrando meus erros e onde deveria melhorar? No primeiro ano de faculdade...

Vou repetir mais uma vez: não tem milagre. Se não se praticar o que é essencial, todo o conhecimento se perde. No aprendizado de línguas, é assim: se você não praticar, perde tudo. De que adianta aprender gramática, se não está sendo aplicada?

Uma redação por mês. Corrigida cara-a-cara com o aluno, indicando onde precisa melhorar. Não pode ser tão difícil assim...

- “leitura é um grande problema; a maioria não tem o hábito ou simplesmente detesta ler”

No mesmo comentário de 16 de julho, ressaltei que o grande problema é que não se cria o hábito da leitura, nem em casa, nem na escola. A leitura é encarada como algo impositivo - você lê porque tem que tirar nota no trabalho ou na prova... O conceito de leitura por prazer não existe.

Insisto: essa realidade só muda se houver uma formação que leve o jovem a pegar o livro na estante pra ler por vontade própria, ou seja, quando ele se descobrir como leitor. Isso depende da atitude de TODOS, sem exceção. Pais e professores devem ser parceiros nesse desafio - e insisto mais uma vez: é pra isso que existem reuniões de pais e mestres...

- “muitos alunos (crianças, jovens e adultos) não têm opinião formada sobre coisa alguma”;

- “a cultura geral dos alunos é muito baixa”.

Essa realidade vem se tornando comum por uma razão muito simples: por que fazer esforço pra pensar se posso comprar uma ideia pronta - vinda dos meios de comunicação, por exemplo? Você liga a TV e é atacado por uma avalanche: “compre isso”, “faça aquilo”, “beba isso com moderação (?!)”...

Quem é que consegue criar um posicionamento próprio desse jeito?

Essa é a sociedade “moderna”: não preparamos nossa comida; compramos ela pronta, enlatada...
E com tantas coisas pra se resolver nesse país, as pessoas preferem conversar sobre outros temas, como a possibilidade de fulano sair no paredão do Big Brother...

A verdade é que estamos deixando que coisas menos importantes tomem conta de nossas vidas. Mais do que isso: fazemos o que é mais fácil - entenda-se reclamar e procurar culpados - e só. Mais nada...

Repitam comigo: NÃO TEM MILAGRE! Todos precisam acordar para o que é essencial - e não ficar esperando pelo momento perfeito! Se o jovem não quer saber de nada, pais e professores não podem lavar as mãos, dizendo: “Ah, quer saber? Desisto...” Enquanto ele estiver em formação, tem que acompanhar, tem que cobrar, tem que impor limites. Se os pais não fazem nada (só reclamam), se os professores não fazem nada (só reclamam) e o governo não faz nada (e isso não é novidade), o jovem cresce e não chega em lugar nenhum.

E de quem é a culpa? Do próprio jovem? Dos pais? Dos professores? Do governo?
Não acham que é DE TODO MUNDO?

Senhoras e senhores: busquem o essencial. Vamos deixar o “plano do choro” e passar para o “plano da ação”...

Leonardo Donato
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